quarta-feira, setembro 29, 2010

Never be the same - Christopher Cross

NEVER BE THE SAME - Christopher Cross

IT WAS GOOD FOR ME
IT WAS GOOD FOR YOU
NOW NOTHING EITHER OF US CAN SAY OR DO
CAN CHANGE THE WAY YOU FEEL TONIGHT
SOMETIMES LOVE JUST SLIPS OUT OF SIGHT

JUST ONE THING BEFORE YOU GO
JUST ONE THING THAT YOU'VE GOT TO KNOW
NO ONE WILL EVER TOUCH ME THAT WAY
THE WAY THAT YOU DID THAT VERY FIRST DAY

AND I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOU HERE
I'LL LIVE ALONE
HIDE MYSELF BEHIND MY TEARS
NO I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOUR LOVE
I'LL LIVE ALONE
TRY SO HARD TO RISE ABOVE

THE YEARS GO BY
THERE'S ALWAYS SOMEONE NEW
TO TRY AND HELP ME FORGET ABOUT YOU
TIME AND AGAIN IT DOES ME NO GOOD
LOVE NEVER FEELS THE WAY THAT IT SHOULD

I LOVED YOU THEN I GUESS I'LL LOVE YOU FOREVER
AND EVEN THOUGH I KNOW WE COULD NEVER STAY TOGETHER
I THINK ABOUT HOW IT COULD’VE BEEN
IF WE COULD JUST START ALL OVER AGAIN

AND I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOU HERE
I'LL LIVE ALONE
HIDE MYSELF BEHIND MY TEARS
AND I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOUR LOVE
I'LL LIVE ALONE
TRY SO HARD TO RISE ABOVE

IT WAS GOOD FOR ME
IT WAS GOOD FOR YOU
NOW NOTHING EITHER OF US CAN SAY OR DO
CAN CHANGE THE WAY YOU FEEL TODAY.
SOMETIMES LOVE JUST SLIPS AWAY

JUST ONE THING BEFORE YOU GO
JUST ONE THING THAT YOU'VE GOT TO KNOW
NO ONE WILL EVER TOUCH ME THAT WAY
THE WAY THAT YOU DID THAT VERY FIRST DAY
AND I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOU HERE
I'LL LIVE ALONE
HIDE MYSELF BEHIND MY TEARS
YEAH, I'LL
NEVER BE THE SAME WITHOUT YOUR LOVE
I'LL LIVE ALONE
TRY SO HARD TO RISE ABOVE

segunda-feira, setembro 27, 2010

Volta às origens de Saint-Michel


Volta às origens de Saint-Michel

AFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD El País - 23-04-2010

Tradução de Antonio de Freitas

Um rebanho de ovelhas na pradaria do Monte Saint-Michel, que fica coberta pela água com o crescimento da maré. A estrada elevada entre o Monte Saint-Michel e o forte que foi construído nos últimos anos em razão do elevado número de turistas vai ser desmontado para voltar a sue estado original.

sexta-feira, setembro 24, 2010

Brilhantes auroras em Saturno


Brilhantes auroras em Saturno

‘Novas imagens da sonda 'Cassini' são apresentadas no congresso de ciência planetária em Roma

EL PAÍS - Madrid – El País - 24/09/2010

Tradução de Antonio de Freitas

Novas imagens extraídas das observações da sonda Cassini mostram brilhantes auroras no planeta Saturno, um impressionante espetáculo luminoso, durante um período de dois dias. Esta informação foi extraída, pela primeira vez, dos dados acumulados por um instrumento da nave espacial. Estas imagens e os resultados preliminares de sua análise foram apresentados por Tom Stallard, principal cientista do instrumento, hoje no Congresso Europeu de Ciência Planetária em Roma.

No filme, o fenômeno da aurora varia "significativamente", assinala Stallard, ao longo de um dia de Saturno, que dura ao redor de 10 horas e 47 minutos. Nos lados do meio-dia e da meia-noite (à esquerda e à direita nas imagens, respectivamente, correspondentes aos dias 22 e 23 de setembro de 2007.), o brilho se observa durante várias horas. Assim, na rotação do planeta se pode ver como estas aparecem e reaparecem ao mesmo tempo e no mesmo lugar no segundo dia, o que sugere que são controladas diretamente pela orientação do campo magnético de Saturno.

"As auroras de Saturno são muito complexas e apenas estamos começando a compreender todos os fatores involucrados. Este estudo proporcionará uma visão mais ampla da grande variedade de diferentes características da aurora que se podem ver, e nos permitirá entender melhor o que controla as mudanças em sua aparência", destacou Stallard.

As auroras em Saturno se produzem da mesma forma que as auroras boreais na Terra. As partículas de vento solar são canalizadas pelo campo magnético de Saturno até os pólos do planeta, onde interagem com gás eletricamente carregado (plasma) na alta atmosfera e emitem luz. Em Saturno, contudo, as características das auroras também são afetadas por ondas eletromagnéticas que são geradas quando as luas do planeta se movem através do plasma presente na magnetosfera de Saturno.

As novas imagens, em falsa cor, mostram a aurora de Saturno em verde brilhante ao redor do pólo sul do planeta. A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA com a Agência Européia do Espaço (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI).

quinta-feira, setembro 23, 2010

Mulheres no Exército afegão


Mulheres no Exército afegão

AP/ Gemunu Amarasinghe El País - 23-09-2010

Tradução de Antonio de Freitas

Cerimônia de graduação no centro de educação do Exército Nacional em Cabul, Afeganistão. O Exército afegão reforça seus efetivos graças à incorporação de mulheres às suas fileiras, que constituirão 10% do total, segundo anunciou o porta-voz do Ministério de Defesa afegão, general Zakhir Azimi.

Um bebê no Parlamento Europeu


Um bebê no Parlamento Europeu

REUTERS / VINCENT KESSLER - El País 22-09-2010

Tradução de Antonio de Freitas

A euro-deputada italiana Licia Ronzulli, membro do partido Povo da Liberdade (PDL) do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, participou de uma sessão plenária da Eurocâmara, esta semana em Estrasburgo com sua filha de apenas uns dias para chamar a atenção para os direitos das mulheres.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Lula se apodera da campanha


Lula se apodera da campanha

O Presidente brasileiro é a estrela dos atos de sua herdeira, Dilma Roussef

SOLEDAD GALLEGO-DÍAZ - São Paulo - El País - 21/09/2010

Tradução de Antonio de Freitas

"Luuu-la", "Diiil-ma", assim, nesta ordem, cantam os milhares de presentes nos comícios da candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) em todo Brasil. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta fazer com que sua herdeira ganhe no próximo dia 3 de outubro sem necessidade do segundo turno (as últimas pesquisas a mantêm com 51%), e se empenha à fundo nos últimos 15 dias para conseguir. Vendo-os juntos pelo palanque em Campinas (no Estado de São Paulo, feudo de José Serra, seu principal rival, com 25%) se compreende muito bem a importância desse apoio e as razões das queixas da oposição. Lula é realmente o protagonista desta campanha eleitoral e está convertendo cada ato numa clamorosa despedida, com sua correspondente exigência de afeto.

Os brasileiros adoram Lula e Lula, o sindicalista que governou este país durante oito anos com um sucesso deslumbrante, adora os banhos de massas. A Dilma Rousseff, pelo contrario, uma economista de 62 anos, com antecedentes de guerrilheira leninista, é muito mais difícil aceitar as demonstrações de carinho ou reprimir o gesto de cansaço. Tem, contudo, a voz muito boa e aprendeu a realizar bons comícios. Inclusive dança nos palanques (apesar de uma torção lhe obrigar a usar uma bota ortopédica), porém, por muito que se esforce, nunca consegue a arrasadora naturalidade do atual Presidente. "Luuuu-la", gritam seus seguidores e "Luuuu-la", grita ela mesma sem parar.

"Ganhar no primeiro turno seria uma surpresa, com certeza. Não creio que o Partido dos Trabalhadores acreditasse há poucos meses num sucesso tão grande", reconhece uma das assessoras da candidata presidencial. A verdade é que o PT nem sequer considerou que Dilma fosse a melhor candidata possível. Trata-se de uma aposta pessoal de Lula. Rousseff era ministra de Energia quando o presidente decidiu chamá-la para ocupar o influente cargo de Chefe da Casa Civil e acabar, assim, na disputa entre aqueles que se consideravam possíveis sucessores e queriam se situar nas portas da presidência. Dilma foi aceita exatamente como uma solução "neutra" porque ninguém suspeitava, nem remotamente, que tivesse semelhantes aspirações.

"É injusto que se diga que toda a campanha é Lula", se queixa uma colaboradora de Dilma. "O mérito dela é muito grande: nos debates e nos espaços televisivos soube demonstrar que é séria, capaz, uma alternativa crível. Ganhou algum debate com mais de 56% dos espectadores consultados. Sem tudo isto, o apoio de Lula seria insuficiente", assegura.

Lula primeiro tentou apresentá-la como "a mãe" dos brasileiros, porém como esse papel não lhe cai bem, com toda certeza, a esta enérgica mulher, agora insiste mais em apresentá-la como a pessoa com quem ele mesmo aprendeu a governar. "Foi ela que me ajudou a fazer um Brasil melhor", proclama.

Ademais, Lula percebeu, rapidamente, que se convertesse a campanha eleitoral numa formidável campanha de despedida, seu partido, o PT, poderia, talvez, conquistar novas esferas de poder, distritos e cadeiras que não estiveram até agora a seu alcance. E a verdade é que se lançou nessa tarefa com paixão, confiando quase exclusivamente em suas próprias forças.

A imagem de Dilma Rousseff, filha de um comunista búlgaro que emigrou e de uma professora brasileira, mudou substancialmente no último ano. Tem uma filha, Paula, e um neto (Gabriel, que nasceu há menos de um mês), e superou há pouco um câncer linfático, que foi, talvez, o que mais a animou a mudar o visual. Agora está com o cabelo muito mais curto e desapareceram os óculos e algumas rugas (não todas, afortunadamente).

"Claro que Dilma não pode aspirar aos mesmos níveis de popularidade de Lula. Nem lhe passou pela cabeça. Porém, se enganam aqueles que acreditam que será uma marionete de Lula e do PT", assegura sua colaboradora. Quem lhe rodeia destaca mais sua capacidade para dizer ‘não’, que sua simpatia. Dilma vai ter que enfrentar, assim que ganhar, um problema muito sério, a corrupção que pôde lhe rodear nestes últimos anos na Casa Civil, que ela dirigiu desde 2005. Erenice Guerra, que se viu obrigada a demitir-ser por possível tráfico de influências, não era uma simples colaboradora, mas sua autêntica mão direita, durante muito tempo. "A investigação judicial deve seguir adiante", reclama, sossegada e inflexível, Marina Silva, do Partido Verde.

Nos comícios, Dilma se desvia desses ataques, mas sua mensagem principal não gira em torno a seu trabalho, e sim em torno de Lula e seu legado. Em Campinas, foi Lula quem respondeu com fúria às acusações de corrupção ao seu redor: a imprensa é mentirosa, a oposição, brutal, o DEM (partido de centro-direita) deve ser "erradicado". A cólera de Lula soou terrível, (o cantor Caetano Veloso, próximo dos Verdes, chegou depois a chamar-lhe inclusive de "golpista"), mas o presidente detectou rapidamente o ambiente festivo do comício e voltou rapidamente aos elogios. "Prestem atenção. Ela tem um coração eficaz e bonito", brincou, enquanto se aproximava por detrás e a abraçava carinhosamente. Luuu-la, gritavam milhares de brasileiros, encabeçados por Dilma Rousseff.

terça-feira, setembro 21, 2010

A última missão da Discovery


A última missão da Discovery

AFP - El País - 21-09-2010

Tradução de Antonio de Freitas

A NASA prepara a última missão da Discovery. O ônibus espacial americano foi levado à plataforma de lançamento 39 do Centro Espacial John F. Kennedy em Cabo Canaveral, Florida, onde, se tudo sai como está previsto, decolará no próximo 1º de novembro rumo à Estação Espacial Internacional. A mítica nave se aposenta após 30 anos de serviço, três décadas nas quais realizou façanhas como lançar o telescópio espacial Hubble e pôr em órbita a sonda Ulysses.

sexta-feira, setembro 17, 2010

A última foto de Lennon leiloada


A última foto de Lennon, a leilão

AP 17-09-2010

Tradução de Antonio de Freitas

A mítica fotografia realizada por Annie Liebovitz no última dia de vida de Lennon, na que aparece abraçado a Yoko Ono, e que foi capa da revista Rolling Stones, será leiloada no próximo dia 19 de outubro.

Somente existem 40 copias desta imagem, e se acredita que seu preço final pode alcançar os 10.000 euros. A fotografia pertence a um colecionador privado, e sua venda não está relacionada com a ingente dívida de Liebovitz.

terça-feira, setembro 14, 2010

Suspicious Mind - Elvis Presley

Elvis vive (na internet)

Elvis vive (na internet)

ANTONIO FRAGUAS GARRIDO – El País - 12/09/2010

Tradução de Antonio de Freitas

Este ano se comemora o 75º aniversario de nascimento de Elvis Presley. Abundam as webs de tributo

O portal oficial sobre Elvis é o lugar para se iniciar no mito e no ser humano real. Além de muita informação, conta com vídeos, fotos, zona de admiradores e um planificador multimídia para percorrer o mundo da estrela.


A loja virtual e oficial de Elvis leva a um novo nível o conceito de merchandising. Está ordenada tematicamente e se pode adquirir qualquer produto imaginável: desde um refrigerador de latas de refrigerantes até sues famosos trajes de lantejoulas (com capa) ou um boneco Senhor Batata Elvis.


Este portal com versão em espanhol está centrado na música do roqueiro. Conta com podcasts (arquivos de sons ordenados cronologicamente) com canções e com uma zona comercial para comprar sua discografia.

4. Por suas próprias palavras
http://interviews.elvis.com.au/
“Acho que sou apenas um rapaz do sul”. Esta e outras centenas de declarações estão publicadas neste portal australiano que recopila todas as entrevistas que concedeu Elvis. Há transcrições, mas também vídeos e arquivos sonoros.

5. De museu

A figura de Elvis ingressou no respeitado Hall of Fame (Salão da Fama) dos Estados Unidos em 1986. Junto a seu nome estavam os de gênios como Chuck Berry e Little Richard. Nessa página oficial se conta como foi a cerimônia. Também se pode ver os objetos de Elvis exibidos no museu.

O Open Directory Project é o maior índice de Internet mantido e organizado por seres humanos (e não por máquinas). Conta com uma seção dedicada a Elvis que funciona como um grande arquivo organizado por categorias: descargas, filmes, clubes de fãs…

Em espanhol há vários clubes de admiradores de Elvis. Este, criado em 1991, assegura contar com o reconhecimento “de Graceland”. Além de muita informação, contam com um chat todo primeiro domingo de cada mês, um programa de rádio (La hora Elvis) e organiza reuniões.

Esta web um tanto caótica oferece conteúdos em vídeo, como a seção dedicada ao médico pessoal de Elvis, a panorâmica de 360 graus da cidade de Memphis e o especial sobre os alfaiates do cantor…


Dizem que é como viver um concerto de Elvis: um documentário ganhador de um Globo de Ouro, remasterizado em alta definição, Elvis on tour, e também a caixa de DVD do 75º aniversario: 17 filmes nos quais atuou o roqueiro. Esta é a web oficial destes lançamentos.

As especulações sobre a morte de Elvis estão bem vivas. O realizador Adam Muskiewicz fez em 2005 um exaustivo documentário intitulado ‘A verdade sobre Elvis’. Em sua página web segue recopilando testemunhos e elementos que provariam que o Rei do Rock segue vivo.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Fidel Castro responde à revista americana 'Atlantic Magazine'


Castro diz que foi mal interpretado e que "é o capitalismo que já não serve"

Responde à revista americana 'Atlantic Magazine' que esta semana publicou num blog que o ex-presidente cubano havia reconhecido que "o modelo cubano já não funciona"

MAURICIO VICENT La Habana – El País - 10/09/2010

Tradução de Antonio de Freitas

Corrigido em sua totalidade. Fidel Castro assegurou hoje que o socialismo cubano funciona, O que não funciona, a seu juízo, é "o sistema capitalista" que "já não serve nem para os Estados Unidos, nem para o mundo, porque sobrevive de crise em crise; que são cada vez mais graves, globais e repetidas". O líder comunista não pôde ser mais enfático ao matizar suas recentes declarações ao jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, a quem disse, numa longa
entrevista para a revista ‘The Atlantic’, que "o modelo cubano não funciona nem sequer para nós". Castro garantiu que o jornalista não inventou a frase, mas que lhe interpretou absolutamente mal.

O ex-mandatario cubano, de 84 anos, deu sua versão do sucedido em entrevista durante a apresentação do segundo livro autobiográfico na ‘Sala Magna de La Habana’. De acordo com Castro, Goldberg lhe perguntou "se o modelo cubano era algo que ainda valia a pena exportar". No seu entender, a pergunta levava "implícita a teoria de que Cuba exportava a revolução". Foi então quando lhe respondeu que "o modelo cubano" já não funcionava nem a eles.

"Expressei-o sem amargura nem preocupação. Divirto-me agora ao ver como ele o interpretou ao pé da letra e consultou [acadêmica norte-americana] Julia Sweig que o acompanhou e elaborou a teoria que expus", afirmou. De acordo com Castro, "o real" é que sua "resposta significava exatamente o contrario do que ambos os jornalistas norte-americanos interpretaram. "Minha ideia, como todo mundo conhece, é que o sistema capitalista já não serve nem para os Estados Unidos, nem para o mundo, porque sobrevive de crise em crise, que são cada vez mais graves, globais e repetidas, das quais não pode escapar". E sentenciou: "Como poderia servir semelhante sistema para um país socialista como Cuba?"

O ex-presidente cubano também menosprezou as interpretações de Goldberg sobre o que lhe disse sobre a crise dos mísseis. O jornalista norte-americano perguntou se valeu a pena haver pedido em 1962 ao líder soviético Nikita Kruchev, durante a crise dos mísseis, que atacasse os Estados Unidos com armas nucleares caso fosse necessário. Segundo Fidel, lhe respondeu textualmente: "depois de haver visto o que vi e de saber o que agora sei, não valeu absolutamente a pena".

Castro disse que ele recomendou a Kruchev foi que se "EUA invadisse Cuba", nesse momento com armas nucleares russas, "não deveria deixar de dar o primeiro golpe". O líder cubano explicou que a frase "de saber o que agora sei", era uma "óbvia referência à traição cometida por um presidente da URSS que, saturado de sustância etílica, entregou aos EUA os mais importantes segredos militares daquele país".

Castro não acusou o jornalista de manipulação, mas de mal interpretar-lhe, porém avisou que esperava com "interesse" as próximas publicações da entrevista, que aparecerão nos próximos dias na ‘The Atlantic’. O pequeno discurso de Castro terminou com uma referência ao "império que se afunda". Enfim, caso alguém tenha acreditado em outra coisa, aqui está o Fidel Castro de toda a vida.

"Há uma demonização de Chávez"


ENTREVISTA: EDUARDO GALEANO Escritor uruguaio

"Há uma demonização de Chávez"

ÓSCAR GUTIÉRREZ – El País - Madri - 10/09/2010

Tradução de Antonio de Freitas

O relógio, para Eduardo Galeano (Montevidéu, 1940), ainda marca a hora da capital uruguaia, mesmo que o ruído que entra epela janela e atrapalha a conversa seja da ‘Puerta del Sol’ (Madri). "Desculpa se digo muitas bobagens. É o jet lag". As cinco horas que separam Madri da capital uruguaia deixam maluco o autor de ‘As veias abertas da América Latina’. O escritor visitou a Espanha para participar da
Semana da Cooperação que organiza a AECID e a agencia Inter Press Service, oportunidade que aproveita para "dar uma olhada no mundo de hoje, um mundo ao revés".
Pergunta. Vargas Llosa escreveu que ainda se considera jornalista. E você?

Resposta. Sim, mas há uma tradição que acredita que o jornalismo é um exercício que se pratica abaixo da literatura, e no alto do altar está a criação do livro. Não compartilho dessa divisão de classes. Acredito que toda mensagem escrita forma parte da literatura, inclusive os grafites dos muros. Faz tempo que, sobretudo, escrevo livros e muito poucos artigos. Mas me formei nisso e tenho a marca de fábrica. Agradeço ao jornalismo por me haver tirado da contemplação dos labirintos de meu próprio umbigo.

P. Em algumas ocasiões você cita a frase anônima: "Nos urinam e os jornais dizem que chove". Continua chovendo?

R. É um grafite que vi numa rua de Buenos Aires. Os muros são a imprensa dos pobres. Continua chovendo. Começando pela imposição de uma linguagem mentirosa. Quando chamam os mercenários de contratistas mentem; quando chamam de catástrofes naturais os desastres que o mundo sofre mentem também, porque a natureza não tem a culpa dos crimes que se cometem contra ela; se invoca à comunidade internacional e se referem a um clube de banqueiros e guerreiros que dominam o mundo.

P. Faz tempo que não escutamos que a imprensa é o quarto poder. Baixamos um degrau?

R. Não. Apenas se desenvolveu outras formas de comunicação que te devolvem a confiança que este mundo, ao contrário, é um centro de paradoxos interessante. Internet nasceu à serviço da indústria militar, e logo se converteu noutra coisa distinta. Multiplicaram-se as vozes não escutadas que soavam em cabanas de madeira. Contribuiu para o desenvolvimento de formas alternativas de comunicação. Eu sou pré-histórico e necessito que um jornal me queime as mãos, o odor da tinta e do papel. Tampouco posso ler um livro num monitor. Agrada-me muito o papel na mão, o livro que apoio contra o peito, e escuto, pondo-o junto à orelha, as palavras que transmite mesmo que às vezes parecem mortas no papel.

P. O encontro da AECID e IPS pretendia implicar aos meios num "desenvolvimento más inclusivo". Esquecemos de incluir alguém ao contar a crise?

R. Houve uma manipulação, creio que não inocente, dos grandes meios de comunicação de tal maneira que os autores da catástrofe, os banqueiros de Wall Street, terminaram em algo similar à inocência até acreditar que a culpa da crise era da Grécia. Porém, também há vozes alternativas que soam como as rádios comunitárias. Foram depreciadas e perseguidas em muitos países, porém agora encontraram seu lugar. As vozes das pessoas, sem intermediários, soam mais verdadeiras.

P. Existe uma menor implicação ideológica do jornalista?

R. Qualquer forma de apoio à diversidade das vozes humanas me parece estimulante, tenha a forma que tiver, ponha a etiqueta que pôr. Creio na diversidade da condição humana. O melhor do mundo é a quantidade de mundos que tem. Em “Espelhos - uma quase historia universal” (2008) tentei abarcar o mundo sem fazer caso das fronteiras, do mapa ou do tempo para celebrar a diversidade.

P. Os episódios de violência contra a imprensa nos anos setenta na América Latina se repetem em nossos dias. É possível livrar o jornalista da coação?

R. Há espaços de independência que é possível abrir. Na Argentina dirigi a revista cultural ‘Crisis’. Mas tive que ir embora porque a revista preferiu ficar parada e não se inclinar diante da vontade do golpe militar triunfante que implicava numa censura cada vez pior. Porém, enquanto durou foi uma experiência extraordinária. Chegamos a vender 35.000 exemplares. Para os militares havia algo de subversivo porque se dava a palavra aos que haviam nascido para ter a boca fechada. Minha experiência de vida me ensinou que todos nós temos algo a dizer aos demais, algo a fazer pelos demais, celebrado ou pelo menos perdoado. Algumas vozes ressoam e outras não. Há muitos que estão condenados ao silêncio eterno. Às vezes as vozes desconhecidas, depreciadas, ignoradas são muito mais interessantes que aquelas do poder e seus múltiples ecos.

P. Na Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, os governos andam às turras com os meios de comunicação...

R. As generalizações correspondem a uma visão de nossa realidade, a latinoamericana ou do sul do mundo, que o norte tem. Os fracos, cada vez que tentam se expressar ou caminhar com suas próprias pernas tornam-se perigosos. O patriotismo é legítimo no norte do mundo e no sul se converte em populismo ou, pior ainda, terrorismo. As noticias são muito manipuladas, dependem dos olhos que as veem ou do ouvido que as escuta. A greve de fome dos índios mapuches no Chile ocupa pouco ou nenhum espaço nos meios que mais influência tem, enquanto que uma greve de fome na Venezuela ou em Cuba merece a primeira página. Quem são os terroristas? São piratas os que assaltam os barcos ou os que pescam violando as leis e os limites?

P. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, é um dos que andam brigados com a imprensa. Temos veredicto com ele?

R. Há uma demonização de Chávez. Antes Cuba era a má do filme, agora já não tanto. Mas sempre há algum mau. Sem mau, não se pode fazer um filme. E se não há gente perigosa, o que fazemos com os gastos militares? O mundo tem que se defender. O mundo tem uma economia de guerra funcionando e necessita de inimigos. Se não existem, fabrica-se. Nem sempre os diabos são diabos e os anjos, anjos. É um escândalo que hoje, cada minuto, se dediquem três milhões de dólares em gastos militares, nome artístico dos gastos criminais. E para isso se necessita de inimigos. No teatro do bem e do mal, às vezes são intercambiáveis
como passou com Sadam Husein, um santo do Ocidente que se converteu em Satanás.

sexta-feira, setembro 03, 2010

Borges, por suas próprias palavras


Borges, por suas próprias palavras,
agradecendo o Prêmio Cervantes, em 1980

Libros en Red - //www.librosenred.com/

Tradução de Antonio de Freitas

Majestades,

Senhoras e senhores,

O destino do escritor é estranho, mas todos os destinos o são; o destino do escritor é cursar o comum das virtudes humanas, as agonias, as luzes; sentir intensamente cada instante de sua vida e, como queria Wolser, ser não somente ator, mas também espectador de sua vida. Também tem que recordar o passado, tem que ler os clássicos, já que o que um homem pode fazer não é nada, podemos simplesmente modificar muito levemente a tradição; a linguagem é nossa tradição. O escritor tem uma desvantagem: o fato de ter que operar com palavras, e as palavras, como se sabe, são uma matéria efêmera.

As palavras, como Horacio não ignorava, mudam de conotação emocional, de sentido; porém o escritor tem que se resignar a este manejo, o escritor tem que sentir, e logo sonhar, logo deixar que lhe cheguem as fábulas; convêm que o escritor não intervenha demasiado em sua obra, deve ser passivo, deve ser hospitaleiro com o que lhe chega e deve trabalhar essa matéria dos sonhos, deve escrever e publicar, como dizia Alfonso Reyes, para não passar a vida corrigindo os rascunhos, e assim trabalha durante anos, e se sente sozinho, vivo numa sorte de sonho; porém se os astros são favoráveis, uso deliberadamente as metáforas astrológicas, ainda que deteste a astrologia, chega um momento no qual descobre que não está sozinho. Nesse momento que lhe chega, que lhe chega agora, descobre que está no centro de um vasto círculo de amigos, conhecidos e desconhecidos, de gente que leu sua obra e que a enriqueceu, e nesse momento ele sente que sua vida foi justificada.

Eu agora me sinto mais que justificado, me chega este prêmio, que leva o nome, o máximo nome de Miguel de Cervantes, e recordo a primeira vez que li o Quixote, ali pelos anos de 1908 ou 1907, e creio que senti, naquele momento, o fato de que, apesar do titulo enganoso, o herói não é dom Quixote, o herói é aquele fidalgo manchego, o senhor provinciano que diríamos agora, que à força de ler a matéria da Bretanha, a matéria da França, a matéria de Roma, a Grande, quer ser um paladino, quer ser um Amadís de Gaula, por exemplo, ou Palmerín ou quem fosse, esse fidalgo que se impõe essa tarefa que algumas vezes consegue: ser dom Quixote, e que ao final comprova que não o é; ao final volta a ser Alonso Quijano, ou seja, que há realmente esse protagonista que costuma se esquecer, este Alonso Quijano.

Quero dizer, também, que me sinto muito comovido. Tinha preparadas muitas frases que não posso recordar agora, porém há algo que não quero esquecer, e é isto: comove-me muito o fato de receber esta honraria das mãos de um Rei, já que um Rei, como um Poeta, recebe um destino, aceita um destino e cumpre um destino e não o busca, ou seja, se trata de algo fatal, lindamente fatal, não sei como dizer minha gratidão, somente posso dizer meu incalculável agradecimento a todos vocês...

Muito obrigado.

quinta-feira, setembro 02, 2010

Furacão Earl visto da Estação Espacial Internacional

Earl visto da Estação Espacial
NASA 02-09-2010 - El País

O olho do furacão Earl, visto da Estação Espacial Internacional, dia 30 de agosto, em sua passagem pelas Ilhas Virgens.